domingo, 20 de fevereiro de 2011

Professoras têm medo de alunos; é preciso revolucionar a educação

"Adotar aprovação automática nos três primeiros anos pode dar resultados ou pode significar analfabetismo na quarta série", diz Alexandre Garcia.

Tem que fazer uma revolução na educação. O problema é mais amplo que essas discussões de mudança. Professoras do Ensino Fundamental da rede pública têm medo de alunos. São agredidas, ameaçadas de morte e muitas desistem do magistério. Adotar aprovação automática nos três primeiros anos pode dar resultados ou pode significar muito analfabetismo na quarta série e prejuízo para os que acompanham o currículo, porque precisam diminuir o passo já que os de trás não seriam estimulados a acelerar o passo.

O mérito pode estar sendo abolido e isso pode criar uma cultura perigosa, porque o combustível do avanço é a concorrência. É o risco de nivelar por baixo; se satisfazer com a mediocridade. Professores, por mais que façam, alcançam pouco com alunos cujo ambiente doméstico é de descrédito na educação.

Para muitos pais, o que vale é a ajuda de algum candidato, o auxílio do governo ou, quem sabe, apostar em alguma loteria em vez de apostar no conhecimento, que sempre traz a melhor sorte. Enfim, essa é uma discussão saudável, porque é necessário fazer justiça na educação. Mas o problema é mais amplo. Tem gente com diploma de curso superior que não sabe a diferença entre este, esse e aquele. A educação teria que ser prioridade absoluta, mas não é. Afinal, o conhecimento liberta do clientelismo. Podemos perder feio para os demais dos BRICs; sem educação não há saúde, não há segurança, não há democracia, não há futuro. Um retrato da falta de atenção está aqui, na capital que é patrimônio cultural da humanidade. A principal biblioteca pública está fechada por falta de manutenção da rede elétrica. É o elogio à escuridão

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