domingo, 20 de fevereiro de 2011

Limite: mãe chinesa cria polêmica com livro que ensina pais ocidentais a educar filhos

Autora do livro Hino de batalha de uma mãe chinesa, recém-lançado nos Estados Unidos, Amy Chua acredita que regras duras e cobranças rígidas são o caminho para criar bem os filhos. Livro chega ao Brasil no segundo semestre



Mãe chinesa cria polêmica com livro que ensina pais ocidentais a educar filhos
Autora do livro Hino de batalha de uma mãe chinesa, recém-lançado nos Estados Unidos, Amy Chua acredita que regras duras e cobranças rígidas são o caminho para criar bem os filhos. Livro chega ao Brasil no segundo semestre



“O tigre, símbolo vivo de força e poder, costuma inspirar medo e respeito”. É assim que a sino-americana Amy Chua introduz seu método de ensino e educação no livro Battle hymn of the tiger mother (Hino de batalha de uma mãe chinesa), lançado no dia 11 de janeiro nos EUA e com previsão para chegar ao Brasil no segundo semestre, pela Editora Intrínseca. Um livro que deixou mães e pais norte-americanos em polvorosa após o jornal Wall Street Journal ter lançado um artigo da autora, expondo em detalhes seus métodos rígidos e uma crítica ao jeito de educar das famílias ocidentais. Professora de direito da universidade norte-americana Yale, Amy conta como criou as duas filhas, Sophia, de 18 anos, e Louisa, de 14, com disciplina, muita disciplina e mais disciplina ainda.

Na casa dos Chua, as regras são rígidas e bem delimitadas:

1. As tarefas da escola vêm sempre em primeiro lugar
2. 9 é uma nota ruim
3. Seus filhos precisam estar dois anos à frente de seus colegas de classe em matemática
4. Não se deve nunca elogiar seu filho em público
5. Se o seu filho alguma vez discordar do professor ou do treinador, você deve sempre ficar do lado do treinador ou do professor
6. As únicas atividades que você deve permitir que seu filho faça são aquelas pelas quais ele pode eventualmente ganhar uma medalha
7. Essa medalha deve ser de ouro

Parece exagero? Não para uma mãe chinesa como Amy Chua que acredita acima de tudo na tradição. “Como filha mais velha de imigrantes chineses, não tenho tempo para improvisar e fazer minhas próprias regras. Tenho um nome de família para defender e pais para orgulhar. Gosto de objetivos claros e formas claras de medir o sucesso”, escreve. Ao controlar os horários dos filhos, as atividades que eles vão realizar (é ela que escolhe, nunca as crianças), fazer cobranças duras e exigir sempre o melhor, Amy pretende garantir que nada saia do planejado e que seus filhos estejam preparados para superar os desafios da vida.

A favor de Amy, estão os conhecidos resultados da educação asiática pelo mundo, com gênios prodígios da matemática e músicos de sucesso aos 5 anos de idade. Mas será que ser um violinista prestigiado internacionalmente ou ganhar o primeiro lugar nas Olimpíadas de Matemática da escola é o mais importante para uma criança? “São critérios muito objetivos para lidar com algo tão subjetivo quanto o ser humano. Existem fatores que não são contemplados neste modelo de recompensa. Ele premia quem executa algo bem e isso só pode ser atingido com a prática. Mas quem é bom no que faz nem sempre é necessariamente feliz”, afirma Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP).

Se nós estranhamos tanto a conduta de Amy, em parte deve-se ao abismo que existe entre as crenças dos ocidentais e orientais. E Amy aponta essas diferenças: “Pais ocidentais tentam respeitar a individualidade das crianças, encorajando-as a buscar suas paixões verdadeiras, apoiando suas escolhas e proporcionando reforços positivo e um ambiente estimulante. Em contraste, os chineses acreditam que a melhor forma de proteger seus filhos é preparando-os para o futuro, fazendo-os ver do que são capazes e armando-os com habilidades, hábitos de trabalho e confiança interna que ninguém jamais poderá tirar.”

5 coisas de Amy Chua que podem fazer você refletir
- Acredite no potencial do seu filho: Não desista quando ele fracassar na primeira tentativa. Para ela, os pais ocidentais cobram pouco dos filhos por medo de abalar sua autoestima e porque, secretamente, não conseguem lidar com o sentimento de decepção quando seus filhos não correspondem às suas expectativas.

- Se envolva mais nas atividades dele: A mãe tigre se dedica quase integralmente aos filhos, acompanhando todas as suas atividades e o desempenho em cada uma delas.

- Tenha convicções quanto à educação do seu filho: Apesar de ter feito uma escolha de modelo parental polêmica, Amy Chua é verdadeira e acredita plenamente no que está fazendo. Ela está segura, e, portanto, passa segurança para as filhas.

- Cobre mais disciplina: Para a mãe tigre, a prática repetida leva à excelência – e por isso as crianças chinesas são tão boas em matemática e instrumentos musicais. Ela acredita que os pais ocidentais são muito tolerantes com relação ao treinamento.

- Sinta-se no direito de cobrar reconhecimento: para Amy, os filhos devem tudo aos pais, que se sacrificam e fazem de tudo por eles.

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