BRASÍLIA - A qualidade do ensino médio piorou no Distrito Federal e
em nove Estados brasileiros, aponta o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) 2011, divulgado nesta terça-feira, 14, pelo
Ministério da Educação (MEC).
Apesar de a meta nacional ter sido atingida para esta etapa
de ensino (3,7), os sistemas estaduais de dez unidades da federação
apresentaram índices inferiores aos conferidos na edição de 2009. O
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estipulou
uma meta nacional de 5,2 para ser alcançada no ensino médio em 2021.
Na comparação Ideb-2011 com Ideb-2009, considerando apenas as
redes estaduais, caíram de desempenho Rondônia (-0,4), Acre (-0,2),
Pará (-0,2), Paraíba (-0,1), Alagoas (-0,2), Bahia (-0,1), Espírito
Santo (-0,1), Paraná (-0,2), Rio Grande do Sul (-0,2) e o Distrito
Federal (-0,1).
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante admitiu que o
fraco desempenho do ensino médio no Ideb é “um imenso desafio” para o
ministério. Segundo ele, os problemas são conhecidos e o governo prepara
ações para enfrentá-los. “Um fator claro é a estrutura curricular,
muito extensa”, disse. “São 13 disciplinas, que chegam a 19 se
consideradas as disciplinas complementares. São muitas matérias.”
Outro fator é o número elevado de estudantes do ensino médio
matriculados no ensino noturno. "O rendimento já é comprometido porque
muitos desses alunos trabalham e, com tantas disciplinas, eles ficam
destimulados”, afirmou o ministro.
De acordo com o Inep, a rede estadual é responsável por cerca
de 97% da matrícula do ensino médio na rede pública, o que torna a
questão uma responsabilidade dos governos locais. O avanço do Ideb no
ensino médio é mais lento que o observado no ensino fundamental.
Embora o Ideb do ensino médio tenha subido de 3,6 para 3,7
(considerando todas as redes de ensino), o índice das redes estaduais
ficou estável – manteve-se em 3,4. O Ideb da rede privada é de 5,7.
A distância do Ideb das redes estaduais para o do sistema
privado, que hoje é de 2,3 pontos, já foi de 2,6 pontos, conforme dados
do Ideb de 2005.
Segunda melhor do País, a rede estadual de São Paulo ficou
com 3,9 em 2011, ante 3,6 em 2009. Santa Catarina é a unidade da
federação que obteve a maior nota - 4,0; Alagoas, a que obteve a pior -
2,6.
Além de Alagoas, a rede estadual apresenta Ideb inferior a
3,0 em outras cinco unidades da federação: Pará, Piauí, Rio Grande do
Norte, Paraíba e Sergipe.
Os maiores saltos numéricos nos dois últimos Ideb ocorreram
nas redes estaduais de Goiás, que passou de 3,1 para 3,6 (aumento de
0,5), e no Rio de Janeiro (0,4), que subiu de 2,8 para 3,2.
Na distribuição por regiões, a média dos Estados do Norte
(3,1) e do Nordeste (3) fica abaixo da do Centro-Oeste (3,3), Sudeste
(3,6) e Sul (3,7).
Na rede privada, o maior Ideb no ensino médio é o de Minas Gerais e Paraná, que é de 6,1.