sábado, 29 de janeiro de 2011

Professores brasileiros perdem 17% das aulas com indisciplina

No Brasil, os professores gastam 17% do tempo em sala de aula tentando manter a disciplina dos alunos, mesmo índice da Malásia. No mundo, a média é de 13%. Em países como Bulgária, Estônia, Lituânia e Polônia, o percentual não passa de 10%. O resultado é que o trabalho dos professores fica prejudicado pelo mau comportamento dos alunos. Essa é uma das conclusões de um estudo divulgado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) nesta terça-feira.

O relatório da OCDE mostra que a maioria (71%, maior percentual registrado) dos professores brasileiros começou a dar aulas sem ter passado por um processo de adaptação ou monitoria. A média dos países nesse quesito é de 25%.

Os brasileiros são dos que mais afirmam (84%) que gostariam de participar de cursos de desenvolvimento profissional. Esse percentual só é maior no México (85%).

A pesquisa também constatou que os professores brasileiros trabalham com turmas com número de alunos (32) acima da média (24). Apenas no México, na Malásia e na Coreia do Sul essa relação é maior.

O relatório destaca também que a falta de incentivos e reconhecimento afeta três em cada professores no mundo. Um em cada três diretores de escola acha que seus funcionários não estão suficientemente qualificados.

O estudo mostra que a profissão enfrenta momentos difíceis, mas também afirma que o ensino pode melhorar com soluções relativamente simples, como a formação dos professores ou uma avaliação periódica de seu desempenho. “Professores qualificados são a chave para a implementação de políticas educacionais bem-sucedidas”, afirmou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurra.

A pesquisa foi realizada em 23 pases: Austrália, Bélgica, Brasil, Bulgária, Dinamarca, Estônia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Coreia do Sul, Lituânia, Malásia, Malta, México, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha e Turquia. Cada país participante teve 200 escolas analisadas. Um questionário foi respondido pelo diretor e outro, por 20 professores selecionados. No Brasil, 5.687 professores responderam ao questionário, aplicado em 2007 e 2008. Leia o estudo completo aqui (em inglês).

Na sua opinião, o que poderia ser feito para melhorar a situação dos professores?

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Por Marina Azaredo

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