domingo, 23 de janeiro de 2011

Educação pode ter ganhos significativos em seis anos ou menos, Consultoria aponta ainda que não há técnicas ou receitas universais para a melhora.

Um estudo revelou que o ensino pode ter ganhos significativos em seis anos ou menos. Essa conclusão foi obtida a partir da observação de 20 sistemas de ensino no mundo que apresentaram melhora de desempenho. Ela está na publicação "Como um sistema escolar de baixo desempenho pode evoluir para tornar-se bom? E como um sistema de bom desempenho pode atingir o nível de excelência?", divulgado pela consultoria McKinsey.
Veja aqui o sumário executivo em português
Baixe o estudo completo em inglês
Entre as conclusões também há a afirmação de que não há receitas universais que possam levar à melhoria da qualidade do ensino. No entanto o estudo identificou quatro etapas principais no percurso da melhora de desempenho. São elas:
- Pobre para o satisfatório: os sistemas atingem o básico para a alfabetização e o letramento, como o estabelecimento de currículos, universalização do ensino e oferta de pelo menos um mínimo de qualidade ao ensino.
- Satisfatório para bom: as bases do sistema são fortalecidas por meio da transparência dos dados, da organização financeira e da gestão e das discussões pedagógicas.
- Bom para muito bom: os sistemas de ensino dão mais perspectivas aos profissionais da Educação e à carreira do magistério, aumentando a exigência na seleção de professores e diretores e na formação dos que já fazem parte da rede.
- Muito bom para excelente: quando os professores são motivados a inovar e ajudarem-se uns aos outros na melhoria do ensino.
Outro ponto de destaque é que, para melhorarem, os sistemas de ensino investem em três vertentes:
- Mudam a estrutura ao estabelecer novas instituições ou tipos de escola, ao modificar os anos e níveis de escolaridade, ou descentralizar as responsabilidades pelo sistema.
- Mudam os recursos, ao alocar mais pessoal de Educação nas escolas ou incrementar o financiamento do sistema.
- Mudam os processos, ao modificar o currículo e melhorar a maneira como os professores ensinam e os diretores lideram.
"No entanto, muitas vezes o debate público gira em torno de estrutura e recursos (...). O que constatamos, por outro lado, é que a ampla maioria das intervenções feitas pelos sistemas de nossa amostra que apresentam melhoria é da natureza de “processos”; e, nesta área, em geral esses sistemas gastam mais com o aperfeiçoamento da forma como a instrução é ministrada do que com a modificação do conteúdo ensinado", aponta a publicação.
MetodologiaA consultoria analisou 20 sistemas educacionais pelo mundo, cujos estudantes vêm melhorando seus resultados de aprendizagem nos últimos anos. Eles partiram de pontos diferentes: alguns já apresentavam bons resultados e conseguiram melhorar ainda mais; outros partiram de patamares de desempenho mais fraco e estão avançando.
Foram realizadas 200 entrevistas com os responsáveis pelos sistemas de ensino e com especialistas. Com isso, foram mapeadas cerca de 600 intervenções dos gestores nos sistemas.
A partir desse material, o estudo pretende reunir e trazer à tona elementos para a reforma de sistemas educacionais, na transição do desempenho fraco para satisfatório e, então, para bom e excelente.
Os sistemas analisados foram: Armênia, Aspire (sistema escolar dos Estados Unidos no regime de charter), Boston (Massachusetts, EUA), Chile, Cingapura, Coreia do Sul, Eslovênia, Inglaterra, Gana, Hong Kong, Jordânia, Letônia, Lituânia, Long Beach (Califórnia, EUA), Madhya Pradesh (Índia), Minas Gerais (Brasil), Ontário (Canadá), Polônia, Saxônia (Alemanha) e Western Cape (África do Sul).

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